terça-feira, 22 de abril de 2014

Poesias selecionadas pelos alunos na aula de Língua Portuguesa


                                                               
Cidadezinha cheia de graça

Cidadezinha cheia de graça
Mário Quintana 1906 - 1994
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um segundo…
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…
-Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo  que triste sina!
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…
                                                           Fernando Ferreira da Cruz


Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, 

sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:  esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
                                                                 Érica Souza Ruediger

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,
Cecília Meireles ( 1901 - 1994)
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
                                                      Eliandra Nayrana Lopes Fuzi




A AVÓ DO MENINO

Cecília Meireles ( 1901 - 1994)
A avó
vive só.
Na casa da avó                                                   
o galo liró
faz "cocorocó!"
A avó bate pão-de-ló
E anda um vento-t-o-tó
Na cortina de filó.
A avó 
vive só.
Mas se o neto menino
Mas se o neto Ricardo
Mas se o neto travesso
Vai à casa da avó,

Os dois jogam dominó. 
                                                    Amanda de Souza Furlan



A ARANHA


Não te afastes de mim, temendo a minha sanha
Manoel Bandeira ( 1986 - 1968)
E o meu veneno... Escuta a minha triste história:
Aracne foi meu nome e na trama ilusória
Das rendas florescia a minha graça estranha,                    

Um dia desafiei Minerva. De tamanha                               Ousadia hoje espio a incomparável glória...
Venci a deusa. Então ficou ciumenta da vitória,
Ela não ma perdoou: vingou-se e fez-me aranha!

Eu que era branca e linda, eis-me medonha 
e escura.Inspiro horror... 
Ó tu que espias a urdidura
Da minha teia, atenta ao que meu palpo fia:

Pensa que fui mulher e tive dedos ágeis,
Sob os quais incessante e vária a fantasia
Criava a pala sutil para os teus ombros frágeis....
                                                                     Julia Melnixenco
                      


Dor Elegante
Um homem com uma dor
Paulo  Leminski (1944 - 1989)
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado                                    
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares

Ou coisa que os valha
Ópios, edens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

                                          Guilherme Tavares 

Clarice Pacheco 1989 - 2002
Caderno de Poesias

Caderno de poesias 
 é um belo lugar                                                               
Tantas coisas lindas
que eu gostaria de falar.
Eu falo em forma de versos
para todos poderem escutar.
Agora você já sabe
porque os poetas passam os dias
escrevendo em seus cadernos de poesias.

                                        Gabriele Görisch

Uma cidade diferente

Era uma cidade
meio diferente,
ficava escuro ou claro
assim, de repente.

As casas andavam pelas ruas
enquanto que as pessoas não,
as casas trabalhavam
e as pessoas viviam plantadas no chão.                  
Clarice Pacheco 1989 - 2002

As frutas eram verdes,
as árvores eram coloridas
das frutas estragadas nasciam
as árvores mais bonitas.

O sol aparecia à noite
iluminando as ruas,
de dia o que iluminava
era a luz da lua.

Os carros passavam voando
sempre muito apressados,
porque se fossem devagar
é que eram multados.

Os aviões navegavam
atravessando os sete mares,
os navios sobrevoavam
cortando à tona os ares.
                                                          
                                                      Helena Kappaun


Cartas de Meu Avô
                                                     
A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente…
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou                                            
Manoel Bandeira ( 1986 - 1968)
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
Cartas de antes do noivado…
Cartas de amor que começa,
Inquieto, maravilhado,
E sem saber o que peça.
Temendo a cada momento
Ofendê-la, desgostá-la,
Quer ler em seu pensamento
E balbucia, não fala…
A mão pálida tremia
Contando o seu grande bem.
Mas, como o dele, batia
Dela o coração também.


                                                      Danilo  Kelwin Marcelino


Paulo  Leminski (1944 - 1989)
 A lua foi ao cinema 

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.                                         

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
                                            
                                                  Lucas Eduardo da Silva Mello     
                          


Sabiá com trevas IX 

Manoel Barros- 19/12/1916
(Poeta brasileiro vivo)
O poema é antes de tudo um inutensílio.
Hora de iniciar algum                                                                         convém se vestir roupa de trapo.                                       
Há quem se jogue debaixo de carro
nos primeiros instantes.
Faz bem uma janela aberta
uma veia aberta.
Pra mim é uma coisa 
que serve de nada o poema
enquanto vida houver.
Ninguém é pai de um poema sem morrer.

                                                Flávia  Helen da Silva



A maior riqueza de um homem

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.                                                                        
Manoel Barros- 19/12/1916
(Poeta brasileiro vivo)

Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.

                                                       Rayssa  Victória Boiko de Mattos

   PAPAI NOEL

Papai Noel
Eu sei que não tem.
Mas no Natal fico quietinho
Esperando meu presente.
O que é que tem?
 
(1936 - 2008)
Peço o presente antes,
Muito antes do Natal 
Quando o ano começa,                                                                    
Já fico namorando o presente
Em toda loja que passo.
Só que não tem graça
Presente na loja.
A gente olha de graça,
Mas não é da gente,
É do dono da loja. 
Mas, de repente,
O Natal chega
E o presente fica diferente,
Fica todo encantado,
Não sei bem
O que presente tem,

A gente.
Acho que é uma saudade,
Um sonho antigo
E a fantasia com papai Noel
Que fazem o presente mais presente

E só da gente.
                               Felipe  Bachel Gomes da Silva
  


O buraco do tatu

O tatu cava um buraco,
À procura de uma lebre,
Quando sai pra se coçar,
Já está em Porto Alegre
.

O tatu cava um buraco,                                   
Sérgio Caparelli

E fura a terra com gana,
Quando sai pra respirar,
Já está em Copacabana.

O tatu cava um buraco
E retira a terra aos montes,
Quando sai pra beber água,
Já está em Belo Horizonte.

O tatu cava um buraco
Dia e noite, noite e dia,
Quando sai pra descansar,
Já está lá na Bahia.

O tatu cava um buraco,
Tira terra, muita terra,
Quando sai por falta de ar,
Já está na Inglaterra.
O tatu cava um buraco
E some dentro do chão,
Quando sai para respirar,
Já está lá no Japão.

O tatu cava um buraco.
Com as garras muito fortes,
Quando quer se refrescar,
Já está lá no Polo Norte.

O tatu cava um buraco,
Um buraco muito fundo,
Quando sai pra descansar,
Já está no fim do mundo.

O tatu cava um buraco,
Perde o fôlego, geme, sua,
Quando quer voltar atrás,
Leva um susto, está na Lua.

                                                        Augusto Paulo Lenckulh 



Cidade do Porto

As tuas iniciais,
São nome de Portugal.                                               
Pedro Augusto
São cinco letras reais,
Pois tu és original!

Tenho gosto e vaidade
Por ter nascido no porto.
Sou desta linda cidade
Tripeiro vivo ou morto.

Sou deste porto velhinho
Do rio douro vaidoso.
Também és nome do vinho
Que no mundo é famoso.

Do caloroso São João,
Do trinta e um de Janeiro
E das tripas com feijão,
Deste porto hospitaleiro.

E da velhinha ribeira
Do mercado do bolhão!
É esta cidade tripeira
Que trago no coração.

És minha cidade
Do norte de Portugal,
Terra de Liberdade
Sempre nobre e Leal.       
                      
                                                       Kailaine   Eduarda da Rosa
                                            

 Menino que Carregava Água na Peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira                                              
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.

Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

                                                    Victor  Henrique da Silva


Meus Brinquedos 

De repente ao lembrar 
dos brinquedos queridos                                                    
Que ficaram esquecidos
Clarice Pacheco 1989 - 2002
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!                                        

                                                             
                                                    


                                            Nycole Farias  da Fonseca

      Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras  
Onde canta o Sabiá
As aves, que aqui gorjeiam,                                                               
Casemiro de Abreu (1839 - 1860)

Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.                             
 
                                                         Tiago 
                            
       Serenata
Permita que eu feche os meus olhos,                                                    
Cecília Meireles ( 1901 - 1994)

 pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo
                                        Mayara Rodrigues                                               Livros e Flores 
Casemiro de Abreu (1839 - 1860)

Teus olhos são meus livros.                                                            Que livro há aí melhor, 
 Em que melhor se lei
 A página do amor?
Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba 

O bálsamo do amor?
                                                                             Bruna Isabella Bottaro
Preso insetos mais que Aviões                                                                                              Manoel de BarrosPrezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas                                   ais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal                                      
É maior do que o mundo
                                                                                                                                                                         Genilson 


A valsa
                             

Tu, ontem,                              
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Casemiro de Abreu
Formosas                                              
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem ?!

                             Heloisa Fernanda  Zatelli 


Professores da minha escola


A professora de matemática, 
Clarice Pacheco 1989 - 2002
com suas contas complicadas,
falando em equações,
no Teorema de Pitágoras.
A professora de Português,
com seu modo indicativo,
falando em advérbios,
interjeições, substantivos.
A professora de Geografia,
com seus complexos regionais,
Falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais.
A professora de Ciências,
com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,em estudos biológicos.
A professora de História,
 com seus povos bizantinos,
falando na Idade Média,
no Imperador Constantino.
A professora de Inglês,
com seus don’t, do e does,
falando no personal pronouns,
na diferença entre go e goes


A professora de Artes,
com suas obras e seus artistas,
falando em artes ópticas,
em pintores surrealistas.
O professor de Educação Física,
com suas regras de voleibol,
Falando sobre basquete,
em times de futebol.
Os professores da minha escola,
com suas matérias que às vezes
não entendemos,
falando em todas as coisas,
que aos poucos vamos aprendendo.

                  
                                                  Taylor Gadotti



O que quer dizer
Paulo Leminski (1944 - 1989)

O que quer dizer diz.                                                              
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.

                                    
                                          William Gabriel Röpke


As  sem-razões do Amor

Eu te amo porque te amo,                                                           

Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.                                                                    
Carlos Drummond  (1902 - 1987)

Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
                                                                                               Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

                                                 Leonardo de Lima Dias
             



A Rua dos Cataventos

Da vez primeira em que me assassinaram,                                            
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
                                              Andrey Yuri  Ribeiro



                         
Cenário Passarela 

Duas cidades
não consigo esquecer,
Uma tem o Paraíba,
outra o rio Tietê,                                                          
Uma é pedra de rubi,
Outra é do amanhã,
Uma tem o Morumbi
Outra o Maracanã,
Posso agora apresentar
No abrir de uma cortina
Como as mais importantes
Da América Latina,

 Rinaldo Pedro
Uma é imenso cenário de novela,                          Outra é famosa passarela,
Há um laço de união,
Se amor ou é paixão,
Ou eterna ligação,
só sei que elas não se escondem,
em baixo por via,
em cima por ponte,
conheço uma por seu brio,
outra digo por seu garbo,
uma chamo de Rio
outra chamo de São Paulo

                                     
                                     
                                   Ian Marcos Budendorf


Pessoas
Eu queria ser um pássaro
Para sobrevoar as cidades
e descobrir como as pessoas
 realmente são                                    
João Prebianchi
      

Eu queria ser um cachorro
para andar nas ruas escuras das cidades
na escuridão da noite
para descobrir como as pessoas realmente são

Eu queria ser um rato
para entrar em lugares pequenos
e passar despercebido
para descobrir como as pessoas realmente são

Pois sendo um ser humano
não tenho tempo de observar as pessoas
pois tenho que me esconder
para que não descubram quem eu realmente são.
                                                       
                                                          Andrey Adrian Lazaroto
                                                     

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